quinta-feira, 1 de outubro de 2009

NÃO SOU MAIS A MULHER COM QUEM VOCÊ SE CASOU - PARTE II


Essa tradição, o patriacardo, dá poder aos homens. O homem instala seu privilégio não só com referência às mulheres em geral, mas também com referência a esta mulher individual que é a sua parceira.

E, vice-versa as mulheres se veêm não só como sexo inteiro subordinado aos homens, mas esta mulher individual entende-se a si mesma, perante este homem individual que é seu parceiro como quem precisa ajustar-se.

Considerava-se isso, por assim dizer , como ordem natural.

Sendo assim, a representação abstrata do patriarcado realiza-se na vida do casal individual muito concretamente na casa de moradia e muito amíude também na cama.

Essa condição muita vezes se leva adiante mesmo quando já ocorreram novas compreensões.

Há naturalmente, mesmo entre os homens, hierarquia, lutas de poder e desvalorização.

Mas existe fundamental diferença: dos homens para com as mulheres existe, a nível estraordinariamente profundo, não conhecido por elas mesmas, um desdém para com elas, independentemente da personalidade, estado e formação delas.

Muitos homens não percebem ainda hoje que, e em que medida eles as desvalorizam e as tratam com desprezo, não as levando a sério, como iguais.

Dessa classificação faz parte, e se ajusta perfeitamente, o ideal do casamento harmônico.

Ele é produto do patriarcado. Pois a harmonia não turvada entre duas pessoas humanas, em geral e também na parceria, só é possível quando um (homem) determina e a outra (a mulher) se subordina.

Harmonia pressupõe igualdade que não existe.

Duas pessoas humanas, mesmo quando se amam mutuamente, são diferentes em caráter, convicções, percepções e maneiras de se comportar.

Essas diferenças complementam-se de parte a parte, são ganhos para parceria, mas também dão ocasião a conflitos.

Levado ao extremo, pode se dizer que no casamento harmônico, ou seja, livre de conflitos um dos parceiros, e no caso se trata praticamente da mulher subordina-se ao outro.

O patriarcado significa: o homem determina, e depois a adaptação ou mesmo a obediência da mulher possibilita a harmonia.

Deve se chamar essa harmonia de harmonia aparente, outra coisa muito diversa é a harmonia, que cresce pouco a pouco na relação do casal, como fruto de brigas, conflitos e sofrimentos.

Essa harmonia deverá , com certeza, ser a esperança e a meta de todo casal.

É espantoso ver com que naturalidade mulheres no começo do casamento escolhem espontaneamente esse papel desde séculos a elas atribuídos, e continuam a desempenhá-los ao longo de anos.

Muitas vezes encontrando até mesmo nele a tarefa e realização da vida.

Renunciam-se a si mesmas, perdem-se pelo marido e pelos filhos às vezes até o fim. Eu gostaria de me expressar claramente neste lugar: não vejo mal no fato de as mulheres quererem ser mães e donas de casa.

Isso é bom á medida que escolherem livremente este papel.

O mal está quando as mulheres tomam do marido sua autocompreensão, e não sobretudo sua atividade, e deixam-se correspondentemente tutelar.

Reprimem então sua parcela de personalidade forte, de iniciativa e capacidade de diretiva, e entendem-se a si mesmas da maneira que o marido as entendem: capazes e dejesosas de conformação, cedendo a ele a precedência.

É claro que também estas mulheres exercem poder, menos manifestamente que os maridos, mas de maneira indireta mediante lágrimas, doenças e dores, censuras ou outros meiso de manipulação, esse exercício indireto de poder, contém o veneno da desvalortização da mesma forma que o menosprezo manifesto dos maridos para com as mulheres.

Em minha prática de longos anos de terapia de casais, dificilmente encontrei um casal problemático em que não subjazesse, sobre os problemas concretos assinalados, desvalorização sútil ou grosseira em, geral mútua.

A reciprocidade da desvalorização surge como vingança justa.

É a variante mais segura de ferir os outros da mesma forma como a própria pessoa se viu ferida.

Só que o círculo repetitivo que surge não tem fim.

A desvalorização destrói o respeito (e muitas vezes o respeito por si mesmo), que é a base da parceria ao mesmo nível e de igual valor.

E também aqui a parte reprimida volta, no caso de muitas mulheres, à superfície: sua força, capacidade e dominância anunciam-se a partir de dentro. Isso pode induzir o tempo de mudança.


Aline Santos é Jornalista,Terapeuta Holística, Taróloga, Cabalista, Professora, Escritora, Palestrante, e Pesquisadora de Ciências Ocultas, e atende nas áreas de Florais de Bach, Fitoterapia, Aromaterapia, Terapia com cristais, Reiki, Cura Prânica e Tarô Terapêutico.

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